Os estudantes da rede municipal estão sendo apresentados ao Projeto Futmesa nas Escolas, que levará o esporte a 600 unidades de ensino. Onze instituições já foram contempladas, entre elas a Escola Municipal João Saldanha, em Botafogo, que nesta quarta-feira (30/03) recebeu o atleta e ex-aluno Marcos Vieira para falar sobe sua experiência internacional nessa atividade. A campeã mundial Rafaella Fontes também participou do encontro.
Ao todo, 1.200 mesas estarão à disposição de alunos e professores, para entrarem em contato com um esporte que vem se popularizando no mundo.
– A gente começou como uma pequena onda e agora já temos muitos brasileiros nos campeonatos internacionais. Estamos no caminho de viver uma popularização muito rápida no país, assim como aconteceu com o surf. O futmesa precisa apenas de uma mesa e uma bola, que podemos ter nas escolas. Estamos seguindo toda a cartilha para colocar este esporte na Olimpíada, e aí quem sabe a gente não traz uma medalha para o Rio? – falou Vieira, campeão mundial de futmesa em 2019.
Os secretários de Educação, Renan Ferreirinha, e de Esportes, Guilherme Schleder, participaram da apresentação do projeto.
– É mais um caminho apresentado aos nossos alunos. É um esporte democrático, que tem tudo a ver com o Rio e que todos podem participar. Pode ser praticado tanto no pátio da escola como na praia e em outros lugares. Mostrar esse caminho novo para os nossos alunos não é só abrir mais uma possibilidade para eles sonharem, é investir também na saúde e na disciplina que o esporte pode trazer para a vida deles – disse Ferreirinha.
O futmesa começou há aproximadamente cinco anos, mas já tem aspirações de se tornar modalidade olímpica, e pode revelar novos campeões.
– Eu também estudei em escola municipal. A Secretaria de Esportes organiza as atividades nas praias e em espaços como o entorno dos estádios Nilton Santos e do Maracanã, e o futmesa é uma sensação. Eu tenho certeza que esse projeto será um sucesso – disse Schleder.
Escola e esporte juntos na formação do cidadão
A paixão pelo esporte não foi o único elemento que fez com que Marcos Vieira encontrasse o caminho do sucesso no futmesa. Foi na EM João Saldanha que ele entendeu desde cedo a importância da disciplina para a realização dos seus sonhos. Marcos acredita na força do exemplo para ajudar a tornar o Rio de Janeiro um polo reconhecido em todo o país. Hoje é possível encontrar nas redes sociais vídeos de grandes jogadores dando show no futmesa.
– Podem olhar a minha caderneta da época em que eu estudava na João Saldanha. Se encontrarem duas faltas é muito! Depois que eu saía da escola, comia alguma coisa e ia jogar bola em qualquer lugar – contou Vieira.
Para Rafaella Fontes, o esporte também se beneficia ao andar de mãos dadas com a educação. A popularização do futmesa faz com que os alunos reconheçam na escola um espaço para praticar a modalidade que vêem nas redes sociais, mas também faz com que o futmesa ganhe ainda mais popularidade:
– Foi muito bom poder estar aqui para mostrar um pouco do esporte. Lembro que quando eu estava na escola a gente não tinha esse equipamento para praticar o futmesa, tínhamos que improvisar. Ter essa mesa aqui, para os alunos conhecerem e praticarem, é bom para o esporte e para os alunos.
A trajetória de Marcos não passou apenas pelo pátio e pela quadra da escola. O que ele aprendeu em sala de aula também foi de extrema importância para mais tarde estudar educação física e trabalhar com futevôlei, modalidade que o levou ao futmesa em 2016.
– Nas escolas os professores de educação física normalmente trabalham com o que a gente chama de Quarteto Fantástico: handebol, vôlei, futebol e basquete. Eu tive a sorte de ter professores que me apresentaram a outros esportes. Eu lembro muito também do professor de filosofia, que foi muito importante na minha formação, me incentivou a abrir a cabeça. A gente conversava muito – contou Vieira.